terça-feira, 2 de setembro de 2008

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Não quero fazer sentido ou ter explicação, quero apenas ser o que sou, sem pedir desculpas por isso. Estar feliz sem nenhum motivo e me sentir perdida ainda que conheça exatamente minha localização.




Tudo que é exato não me pertence, prefiro viver no caos interior que ser normal e classificável... Não gosto do teatro dos egos... personalidades sempre se debatem no raso. Quero os mundos que se misturam em mim mesma, ainda que não consiga tocá-los... prefiro a loucura de quem experimenta e erra, fragmentando-se em mil pedaços, do que aquele que viveu sonhando sem nunca sair do lugar.


Preciso de minhas ferramentas e liberdade de expressão, prezo tudo que me constitui... sou consciente de minha condição, de quem sou e do que devo construir, não quero perder tempo com os cegos que enxergam, ou com os surdos que ouvem, apenas porque a verdade lhes dói ou seus corpos não estão prontos. Pronta, estou eu, para viver e voar... porque insistem em podar minhas asas, como se a elas não fosse facultado o poder de renascer?!

Quem pensa que sabe deveria se esforçar mais, colocar lentes de aumento e deixar-se flutuar no cosmos, então entenderá que tudo é muito maior do que já fora escrito e que ninguém, nada, por mais que atrapalhe, pode apagar os traços da antiguidade. Essa antiguidade não é amorfa ou caduca, mas sabia e resistente, traz em si a poeira e os trapos daqueles que não possuem mais corpos, mas que resistem a inconsciência, a ignorância e a disputa de egos.


Hoje eu só quero dizer: ai... ai...

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Um comentário:

Suzana disse...

Esse texto eu coloquei na estrada da clinica e faço todas lerem... precisamos ser mais nós mesmas e nos apropriar de nossas vidas.
Adorei esse texto, é universal, é intenso, é feminino, é tu!